quarta-feira, janeiro 24, 2007

duplica número de crianças para adopção em Portugal

"O número de crianças em condições legais para serem adoptadas duplicou em apenas três meses."
Menciono somente esta frase para simplesmente fazer notar que existem tantas crianças ao abandono, (menos mal, umas estão para adopção)... Realmente todo o bébé tem o direito à vida, mas que seja em boas condiçoes!!! assim como toda a criança tem direito à vida, tem sobretudo ter direito a uma vida digna de condiçoes humanas.. se uma criança nasce para viver em condiçoes miseras, abaixo das condiçoes minimas necessárias, acho, que mais vale não nascer (se calhar ela própria desejaria nao ter nascido)... Nesta altura em que só se pensa no referendo, quem está contra o aborto, não deve pensar em todas as aternativas possiveis, só pensando, sim, de que se já bate um coração já é um crime "parar" esse coração... Entao, mas tambem deverá pensar de que esse "coração" deverá ter um sitio para viver, uma familia para de si cuidar... devia pensar nas imensas crianças que andam por aí perdidas, abandonadas, ou em instituiçoes à espera que algume lhes dê um lar que lhes dê um quentinho nestas noites de inverno...
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segunda-feira, janeiro 15, 2007

As crianças vêem. As crianças fazem.



Na sequência da execução de Saddam Hussein pelo menos três crianças no mundo suicidaram-se após terem visto na televisão as imagens do seu enforcamento. A propósito disto um amigo enviou-me um mail sobre uma campanha levada a cabo na Austrália para sensibilizar as pessoas para os seus comportamentos diante das crianças.

Apesar de tudo, sou pela vida.
A execução de alguém já é, por si só, um acto que todos devemos lamentar uma vez que é um exemplo claro de que a democracia não está a funcionar num país. Não estou a querer desculpar os actos horrendos de Saddam Hussein e também não digo que, no fundo não desejasse que fosse convenientemente punido. No entanto, não nos podemos esquecer que a pena de morte é um homicídio. Adiante…

Imagens Extremamente Violentas.
As imagens que passaram na televisão (apesar de nós telespectadores portugueses já estarmos habituados) eram de uma crueldade e de um sadismo impressionante. E para aumentar a emoção, repetiram-nas durante várias vezes, em várias edições e durante vários dias seguidos. Sem acompanhamento e esclarecimento dos adultos, o que terão aquelas crianças pensado?

Sérgio – o menino que não deu presente de Natal à mãe.
O menino que se enforcou nos Estados Unidos chama-se Sérgio e tinha 10 anos. Aparentemente, não terá tido verdadeira intenção de morrer, mas achava que tal como Saddam havido sido mau e foi castigado, ele devia ser castigado por não ter dado um presente de Natal à sua mãe. Se não fosse pelo desfecho, até seria uma história comovente.

As crianças vêem. As crianças fazem.
Os exemplos que damos às nossas crianças são os “moldes” da sua formação e aquilo que no futuro vão usar como referência na sua vida.
Moral da história: talvez não fosse má ideia vigiar melhor o que as nossas crianças vêem e, quando não podemos evitar que assistam a estas desgraças, devemos falar com elas de modo a que possam compreender. Não sei se conseguiria fazer uma criança compreender isto, eu tenho 21 anos e ainda não compreendo…

domingo, janeiro 14, 2007

Referendos,abortos e etc...

A data aproxima-se e o vencedor à muito que foi anunciado. ABSTENÇÃO Esperam-se taxas acima de 50%!!!!E isto são as previsões mais optimistas,porque se calha de estar bom tempo nesse dia o pessoal balda-se pra ir passear;se o tempo estiver mau a malta nem sequer sai de casa para não se constipar.....
Mas também ir votar e fazer uma escolha,num processo tão i mportante como um referendo,a um assunto tão melindroso como o aborto,sem que tenha sido feito um esclarecimento e uma discussão séria sobre o assunto,a pergunta que vai a referendo e as implicações da resposta....
Muita gente continua a pensar que a questão é ser a favor ou contra o aborto.Penso que a questão extravaza esta órbita de decisão moral,que,quando formos confrontados com essa realidade teremos de escolher em consciência.
A questão aqui é a criminalização do acto,da mulher que decide não dar à luz uma criança que não deseja, e do médico que a ajuda.Aqui é que tem de entrar a nossa consciência colectiva e pensar se realmente é caso para penalizar quem já sofreu tanto,porque eu não acredito que nenhuma mulher faça um aborto por querer,mas sim como ultimo recurso.
A discussão sobre a vida é indissociàvel da discussão sobre a qualidade de vida,impossivel se não formos desejados e acarinhados como crianças.Por muitos argumentos que existam contra o aborto nenhum vai convencer quem realmente está disposto a fazê-lo.
E, assim como assim,é uma hipocrisia continuarmos a ser contra,quando basta atravessar a fronteira para o fazer.`
É urgente uma discussão séria sobre o assunto,que leve as pessoas às urnas,a votar em consciência.
E já que os partidos e outros movimentos não a estão a fazer,vamos nós, na escola,nocafé, no emprego, lançar esta discussão e obrigar as pessoas a pensar.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

O Silêncio dos Inocentes


Daniel, Joana, Fátima Letícia, Vanessa…e Sara. Estes são os nomes dos meninos que não podem dar voz ao seu sofrimento, à injustiça e aos maus-tratos. Assistimos mais uma vez quase impassíveis à morte de uma criança mal-tratada, presumivelmente pelos pais.

Que devemos nós como sociedade fazer?
Estas notícias matam-me por dentro, revoltam-me profundamente. Não suporto mais ligar a televisão e descobrir que MAIS uma criança morreu devido a maus-tratos provocados por familiares. Como é possível que a estrutura que deveria proteger e nutrir as crianças seja aquela que contribui para a sua morte? Será que a sociedade moderna perdeu a noção e deixou de dar importância à família? Nós como sociedade temos o dever de proteger estas crianças contra a sua própria família se for preciso. E não precisamos de fazer muito. Às vezes basta um telefonema. Se quando a Vanessa estava aos gritos dentro do apartamento por a avó a estar a escaldar na banheira, os vizinhos tivessem telefonado à polícia, aos bombeiros, à protecção de menores… quem sabe se hoje a história não teria tido um final diferente?

Comissão de Protecção de Menores
Eu sei que muita gente aponta o dedo à Comissão de Protecção de Menores. Mas eu não. Eu sei, porque o sinto, que a responsabilidade desta situação é de todos e que a solução está nas mãos de todos. Como poderemos esperar eficácia da Comissão se eles não têm meios para trabalhar? A Comissão não faz o seu trabalho porque não quer mas sim porque não pode.
Todos nós podemos ter um papel activo na protecção destes meninos e meninas. Uma maior sensibilização e esforço por parte de todos fariam com que casos dramáticos como estes fossem raros. Basta um telefonema ou quantos de vós já pensaram em ser famílias de acolhimento?

Silêncio dos Inocentes
Decidi escrever este post porque sentia necessidade de não deixar cair no esquecimento estes meninos, silenciados do seu riso, do seu choro, impedidos de protestar e privados de ser. Estes inocentes estão em silêncio. Mas eu não quero calar-me, não quero ver notícias destas na televisão e deixar passar. Quero dar voz aos inocentes e à minha revolta.

O nosso dever é proteger as nossas crianças.


Nota: A bebé Fátima Letícia não morreu mas encontra-se com profundas deficiências a nível físico e neurológico e graças a essas mazelas nunca terá uma vida normal.